MERCÚRIO LÍQUIDO pesquisa intervenções artísticas a partir da presença de diversos corpos em situações de fusão com cenários urbanos. Como criar contra-fluxos à cidade e às relações que a povoam? Como criar caminhos de resistência através do encontro, do acoplamento e do acolhimento a questões que surgem nesses percursos?
Em tempos de ódio e separação, buscamos construir diálogos que surjam das relações entre diferentes corpos, abrindo caminhos de transformação alternativos ao embate direto.
Quebrando o que se espera ver no funcionamento dos espaços por onde passa, o trabalho dá visibilidade a camadas escondidas por trás de protocolos de comportamento e relações sociais, interferindo nas paisagens urbanas e criando novos olhares e poéticas a partir de sua materialidade mais concreta.
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concepção e direção: leticia nabuco
Artistas: Ayslan Melo | Leticia Nabuco | Rafael Costa | Rodrigo Medsan | Thalita Reis
artistas colaboradoras: Thalita Reis | CLÁUDIA MEIRELES
fotografia: Ayslan Melo | Leticia Nabuco | Ana emília carneiro – nemis fotografia
vídeos: leticia nabuco | matheus de simoni | TIAGO GANDRA
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Sinopse
MERCÚRIO LÍQUIDO pesquisa intervenções artísticas a partir da presença de diversos corpos em situações de fusão com cenários urbanos de movimentação intensa.
A proposta surgiu como um desdobramento do exercício performativo de mesmo nome desenvolvido pela artista Leticia Nabuco na oficina que acompanhou o trabalho DE NOVO em sua circulação (2016) através do Prêmio Artes Cênicas de Minas Gerais (Secretaria de Cultura do Estado). Teve início o interesse no caráter de intervenção urbana em 2017, desenvolvido através de oficina que fez parte da programação do Corredor Cultural de Juiz de Fora (Prefeitura de Juiz de Fora/Funalfa).
partimos da ideia de criar contra-fluxos à cidade e às relações que a povoam, em pesquisa de movimento baseada no “yield” (ceder – Body Mind Centering). Um caminho de resistência através da fusão, do encontro, do acoplamento e do acolhimento às questões que surgem nos percursos, como uma alternativa possível em relação ao embate direto.
Além do interesse no diálogo performativo com espaços públicos da cidade, a pesquisa também busca o intercâmbio entre artistas do corpo de diferentes linguagens, lidando com as ideias de escuta interna e externa, não‐liderança, contemplação, inspiração, entre outros, buscando um contágio através do contato entre os participantes e os espaços por onde transitam.
Assim como a substância que dá nome ao trabalho, a massa de corpos fundidos uns aos outros respira, desliza e se integra, movendo-se continuamente. A investigação parte da abertura do sensível para a criação de fissuras nos contextos que invade, num jogo em que a imprevisibilidade e a eroticidade se alternam.
Os espaços públicos emolduram a imagem de uma cidade. Em meio à ditadura da produção permanente, a necessidade de manutenção de um fluxo ininterrupto se torna de extrema importância. Quebrando o que se espera ver nos percursos desse funcionamento, o trabalho dá visibilidade a camadas escondidas, por baixo dos bancos, bueiros, sarjetas, vitrines, passos rápidos, protocolos de comportamento e relações sociais, interferindo nas paisagens urbanas e criando novos olhares e poéticas a partir de sua materialidade mais concreta.